22 de nov. de 2013

Redentivo

As grades, os garfos, as hastes,
A sustentação provisória,
Os dias perpétuos e as fases,
O acaso e o atraso da história,
Construindo estes versos sem calma,
Definindo o epicentro da alma.
O cansaço, o calor, a promessa,
O suor escorrido e a pressa.
As asas, os traços, as frases,
A perversão permanente,
A lua inconclusa, o desgaste,
E os beijos, desejos doentes,
Tanto esforço, sem cor e sem cortes,
A caricatura da morte.
O calor, a promessa, o cansaço,
Vil e inútil, à procura de espaço.
Mas o sangue vertido em Tua face,
Escrevendo meu nome em Teu livro,
Derrubou o impreciso disfarce,
Transformou o já morto, hoje vivo.
Era a dor no Teu corpo, eram cravos,
Os Teus punhos rasgados e quietos,
Quem comanda sofrendo, parado,
Pra tornar justo um homem abjeto.
É certeza, é esperança, é favor,
Teu nome, o ato perfeito de amor.

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