21 de nov. de 2013

Lápide


Eu fui uma parede,
Entre ácidos, fumaça e pequenas esferas,
A simetria e as facas,
O fino fio que forja as almas invadindo o sono,
Homem e abandono,
Das paredes saciando a fome,
Tinha um nome, tinha sede, embriagado de estrelas,
De euforia e belas frases,
E um vazio tragava o peito, destruindo o corpo,
Paixão e tempestade,
Paredes escorando a solidão,
Paredes foram minha prisão,
Quis haveres, quis saudades, quis provérbios e canetas,
Quis poesia, fui poeta,
A morte mansa e morna seduzindo os lábios,
Com o beijo ardente do sepulto sábio,
Eu fui uma parede,
Até que aquEle que morreu me concedesse a vida.

 

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